Bolsonaro faz primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto

Conselho é composto por Bolsonaro, pelo vice Hamilton Mourão e pelos ministros de Estado. Bolsonaro discute medidas que serão adotadas pelo governo

O presidente Jair Bolsonaro comandou nesta quinta-feira (3), no Palácio do Planalto, a primeira reunião com sua equipe de ministros e com o vice-presidente, general Hamilton Mourão.

O encontrou começou por volta das 9h20 e reuniu o grupo chamado de "conselho de governo", cuja função é assessorar o presidente da República na "na formulação de diretrizes de ação governamental".

Bolsonaro assumiu oficialmente o cargo de presidente na terça-feira (1º) e decidiu antecipar o encontro do conselho, que estava previsto para a próxima semana. O presidente pretende ter reuniões semanais do grupo.

Antes da reunião desta quinta, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, informou que o presidente avaliaria cerca de 50 medidas sugeridas pela equipe ministerial.

A intenção de Bolsonaro é definir um cronograma de anúncio de ações que visam "facilitar a vida das pessoas”, conforme Onyx.

O novo governo tem 22 ministérios, conta que inclui a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Banco Central.

Nos últimos dois meses, a equipe de Bolsonaro teve acesso aos dados oficiais da administração federal e preparou as medidas discutidas na reunião desta quinta-feira.

Reunião com OMC

Na tarde desta quinta-feira,, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também participou da audiência.

Azevêdo disse ter falado com Bolsonaro sobre temas de economia mundial e cenários sobre oportunidades que se apresentam ao Brasil.

"Acho que a partir disso criamos a oportunidade de aprofundar o diálogo entre a organização e o governo brasileiro com a mentalidade aberta, a cabeça aberta pronto para pensar de maneira diferente, de maneira inovadora, e é o que nós estamos precisamos neste momento”, disse Azevêdo.

Segundo o diretor-geral, Bolsonaro e a equipe do novo governo deixaram claro que a ideia é usar os mecanismos internacionais, incluindo a própria OMC, de uma maneira que sirva aos interesses brasileiros.

Azevêdo ainda comentou o discurso do chanceler Ernesto Araújo na cerimônia de transmissão de cargo, realizada esta quarta-feira em Brasília. O ministro criticou o globalismo na política externa do Brasil.

Para Azevêdo, a fala do chanceler é propícia e compatível “com tudo o que está acontecendo”.

"Globalismo, pelo que eu entendo, é a aceitação das regras, de conceitos internacionais sem nenhuma visão crítica. Entendo que temos que repensar tudo isso. Não vejo nenhum problema em repensar as coisas. É o estamos fazendo neste momento, a OMC. Não só o Brasil tem deficiências e inadequações no sistema multilateral. Na OMC estamos fazendo exercício de autocrítica, estamos passando por reformulação. Ele disse que o Brasil vai se engajar. Não estão rejeitando ou abandonando mecanismos como a OMC. Eles querem que esses organismos respondam melhor adaptados aos interesses brasileiros”, declarou o diretor-geral.

Bolsonaro comanda a primeira reunião ministerial no Palácio do Planalto ao lado do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) — Foto: Rafael Carvalho/Presidência da República

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